DIVINA
Eu
não busco saber o inevitável
Das espirais da tua vã matéria.
Não quero cogitar da paz funérea
Que envolve todo ser inconsolável.
Bem
sei que no teu círculo maleável
De vida transitória e mágoa séria
Há manchas dessa orgânica miséria
Do mundo contigente, imponderável.
Mas
o que eu amo no teu ser obscuro
É o evangélico mistério puro
O sacrifício que te torna heroína.
São
certos raios da tua alma ansiosa,
É certa luz misericordiosa,
É certa auréola que te faz divina!
(Cruz e Souza)
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