FIM DE TARDE
Pardais
caem como chumbo
de muros atônitos sulcados de afrescos
rolam como seixos para o pé das árvores
A crina da tarde sacode a cabeleira dura
saúvas deslizam
pelos dorsos encrespados das folhas
Uma fatiota de céu aberta no galho extremo
tendo o sol ao fundo
com seu olho de sonolência.
Os duendes da construção
estão sentados em fileiras como
obedientes meninos,
o batalhão de ossos dos joelhos.
(Rosana Queiroz)
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