VISÃO DA MORTE
Olhos
voltados para mim e abertos
os braços brancos, os nervosos braços,
bens de espaços estranhos, dos espaços
infinitos, intérminos, desertos...
Do
teu perfil os tímidos, incertos
traços indefinidos, vagos traços,
deixam, da luz nos outros e nos aços,
outra luz de que os céus ficam cobertos.
Deixam
nos céus uma outra luz mortuária,
uma outra luzde lívidos martírios,
de agonias, de mágoa funerária...
E
causas febre e horror, frio, delírios,
Ó Noiva do Sepulcro, solitária,
Branca e sinistra no clarão dos círios!
(Cruz e Sousa)
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